No último domingo, 15 de junho de 2025, diversas cidades turísticas em Portugal, Itália e Espanha foram palco de protestos contra os impactos negativos do turismo em suas comunidades. Moradores, ativistas e representantes de movimentos sociais organizaram manifestações para expressar sua insatisfação com o aumento do fluxo de visitantes, que tem pressionado serviços públicos, elevado o custo de vida e alterado a rotina local.
Em Portugal, regiões como Lisboa, Porto e áreas do Algarve viram milhares de pessoas se mobilizarem pacificamente para pedir políticas públicas que promovam um turismo mais sustentável. Os manifestantes destacaram que o turismo desenfreado tem causado aumento dos aluguéis, superlotação dos transportes e danos ao patrimônio histórico e ambiental.
Cidades italianas como Veneza e Roma, tradicionalmente famosas pela alta visitação turística, também registraram protestos. Os moradores clamaram por regulamentações mais rígidas para limitar o número de turistas diários e controlar o crescimento de acomodações temporárias, que, segundo eles, expulsam moradores locais dos centros históricos.
Na Espanha, Barcelona foi uma das cidades mais afetadas pelas manifestações. A pressão pelo controle do turismo de massa tem sido uma pauta recorrente há anos, e neste domingo a mobilização reforçou o apelo por medidas que garantam a preservação da cultura local e o acesso a serviços básicos pelos residentes.
Especialistas em urbanismo e turismo afirmam que, apesar de o setor ser crucial para a economia desses países, o crescimento sem planejamento traz desafios como a gentrificação, que encarece moradia e muda o perfil dos bairros, além da degradação ambiental e a perda da identidade cultural.
Com a retomada das viagens internacionais após a pandemia de Covid-19, o volume de turistas voltou a crescer rapidamente, acentuando tensões entre visitantes e moradores. O debate sobre como equilibrar desenvolvimento econômico e qualidade de vida nas cidades históricas ganhou força com esses recentes protestos.
As autoridades locais têm buscado soluções, como limitar o número de entradas em pontos turísticos, cobrar taxas adicionais e investir em turismo sustentável. No entanto, para muitos manifestantes, ainda é insuficiente diante do impacto diário sentido nas ruas.
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