O Brasil alcançou um marco histórico na pecuária. Durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris, o país recebeu o certificado oficial de zona livre de febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento encerra um ciclo de mais de seis décadas de campanhas sanitárias que envolviam vacinação em massa e rígido controle do rebanho.
A conquista é considerada uma transformação significativa para o setor agropecuário brasileiro, em especial para estados como Minas Gerais, que enfrentaram desafios logísticos e sanitários ao longo desse processo.
“É uma vitória construída com esforço coletivo, que valoriza ainda mais a carne brasileira no mercado mundial”, destacou o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo. Ele lembra que, embora a febre aftosa não ofereça riscos à saúde humana, ela sempre foi um entrave comercial importante.
💪 Desafios e avanços
Minas Gerais teve um papel de destaque nessa trajetória. De acordo com Altino Rodrigues, gerente de Relações Institucionais do Sistema Faemg Senar, o estado precisou ser dividido em dois circuitos pecuários distintos para conter o avanço da doença. Cerca de 40 barreiras sanitárias foram implantadas, restringindo o trânsito de animais entre regiões com níveis diferentes de risco sanitário.
Essa divisão estratégica foi fundamental para garantir a erradicação da aftosa no território mineiro. “A medida exigiu articulação com produtores e lideranças locais. Houve resistência, mas a decisão foi crucial para garantir o avanço do controle sanitário”, afirma Rodrigues.
🌍 Novas oportunidades para o Brasil
Com o novo status, o Brasil ganha acesso facilitado a mercados exigentes como Japão e Coreia do Sul, que exigem a certificação de livre de febre aftosa sem vacinação. Além disso, os produtores passam a economizar com a suspensão da vacinação e manejo, fortalecendo a imagem do país como referência em sanidade animal.
A erradicação da febre aftosa no Brasil também se destaca por ter sido realizada de forma gradual e sem o sacrifício de animais, como ocorreu em outras nações. A transição para vacinas mais modernas e eficazes permitiu proteger o rebanho até que a vacinação se tornasse desnecessária.
Este avanço representa não apenas um triunfo da pecuária nacional, mas também um reflexo do investimento público, da atuação técnica dos órgãos de defesa agropecuária e da confiança dos produtores no sistema.
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