Tradicionalmente, o Dia Internacional da Mulher serve como ponto de partida para ponderações mil sobre o quanto ainda falta avançar para que a igualdade entre os gêneros seja uma realidade palpável no mundo. Mas, em 2024, o 8 de março será o início mesmo é de um ataque feminino de proporções inéditas ao universo pop, mirando sem dó as suas paradas de sucessos e suas métricas de redes sociais. Neste dia (ou seja, esta sexta-feira), a estrela Ariana Grande lança “Eternal sunshine”, seu primeiro álbum em quase quatro anos — é o tiro de largada para uma invasão que segue dia 22 com “Las mujeres ya no lloran” de Shakira, dia 29 com o “Act II” de Beyoncé e dia 19 de abril com “The Tortured Poets Department” de Taylor Swift.
E aos álbuns de Ariana, de Shakira (que teve uma espetacular volta às paradas ano passado com “Music Sessions 53”, música com o DJ Bizarrap na qual dá indiretas e expõe seu ex-marido, o ex-jogador Gerard Piqué), de Taylor (a dona do mundo pop, com recordes absolutos ano passado no streaming e nas vendas de discos, ingressos para shows e para sessões de cinema) e de Beyoncé (que também dominou arenas e cinemas em 23 com o longa “Renaissance: A film by Beyoncé”) juntam-se outros.
Discos de gigantes
Para o ano, ainda, são esperados discos de gigantes como Dua Lipa, Billie Eilish, Katy Perry, Lady Gaga, Selena Gomez, Lana Del Rey, Anitta… as estrelas do contingente masculino que preparem muito bem suas investidas, porque o pop em 2024 tem tudo para ser delas.
— Realmente não sei a razão (de haver tantos lançamentos importantes de mulheres em 2024). Estou apenas amando isso! — diz ao GLOBO o americano Jack Antonoff, produtor de Taylor Swift, Lana Del Rey, Lorde e de outras estrelas femininas da música internacional, que lhe renderam mês passado o quarto Grammy consecutivo de produtor do ano, não clássico. — Mas diria que é porque a música pop é algo em constante mudança, um reflexo de como as pessoas vivem o tempo presente.
O primeiro sinal foi dado justamente na lista de indicados para o Grammy 2024. Nas três categorias principais — gravação, canção e álbum do ano —, o único homem a figurar entre os concorrentes foi o multi-instrumentista da Louisiana Jon Batiste. Na premiação, não só Taylor Swift se consagrou (batendo um recorde ao ganhar seu quarto prêmio de álbum do ano por “Midnights”, que ainda levou o prêmio de melhor álbum pop), mas também as cantoras SZA, Victoria Monét, Phoebe Bridgers, Billie Eilish e Miley Cyrus — que, por sinal, teve em “Flowers” a canção mais ouvida no mundo no streaming em 2023.