No entanto, no meio do caminho, alguns direitos foram arduamente conquistados, como o de votar, de ter acesso à universidade, de romper legalmente um casamento, dentre outros. Hoje, os frutos dessas lutas podem ser experimentados por mulheres 50+, que se abrem ao empreendedorismo, a uma nova carreira ou mesmo optam por se aposentar. De acordo com a pesquisadora, é como se o presente fosse um reflexo do desbravamento do passado.
“Acredito que esse movimento de busca por espaço e voz das mulheres 50+ começou com uma revolução de jovens nas décadas de 60/70. Mais precisamente, após o ano de 68, quando as mulheres decidiram estudar, ter menos ou não ter filhos, entrar para o mercado de trabalho, se divorciar, dentre outras coisas. As jovens daquela época são as que têm acima de 50 hoje,” explica Camarano.
A pesquisadora destaca que essas mulheres são muito diferentes, mas todas viveram grandes transformações. Por exemplo, elas pegaram o tempo do orelhão com ficha até o do celular mais moderno. “Viram a sociedade evoluir e as distâncias se encurtarem. Em 72, por exemplo, começaram a aparecer de mini saia. Por isso, hoje, ao mesmo tempo em que essas mulheres colaboram para mudança da sociedade, elas podem ser vistas como resultado dessas transformações.”
O caminho não indica mais regresso, pois segundo Ana Amélia, a sociedade não vai mais para uma única direção. “Hoje, dificilmente a mulher vai deixar o trabalho para “voltar para casa”, porque quase 50% da renda das famílias são frutos do emprego delas. Então, nesse sentido, acho difícil termos um retrocesso. Para isso, é importante também investir em políticas de reparação, a fim de diversificar o mercado de trabalho e a sociedade.”
Da Redação Na Rua News