O Papa Francisco, falecido na última segunda-feira, 21, aos 88 anos, era o primogênito de cinco irmãos. Hoje, resta apenas uma entre eles: María Elena Bergoglio, de 77 anos, que vive na Argentina sob cuidados religiosos, em razão de sérios problemas de saúde.
Pouco antes de embarcar para o conclave que o elegeria líder da Igreja Católica, Francisco se despediu da irmã com a promessa: “nos vemos quando eu voltar”. Essa promessa, no entanto, jamais se concretizou. Desde que ele se tornou Papa, há 12 anos, María Elena não pôde visitá-lo, por restrições médicas que a impedem de enfrentar longas viagens de avião.
A mais nova entre os irmãos, María Elena viu seus outros três irmãos — Oscar, Marta Regina e Alberto — partirem entre 1997 e 2010. Como muitos ao redor do mundo, ela acompanhou a escolha do novo Papa em 2013 com ceticismo, acreditando que Jorge Mario Bergoglio, nome de batismo do futuro pontífice, não seria o escolhido.
Ela se lembrava de sua quase eleição no conclave anterior, quando chegou a receber 40 votos, mas pediu aos apoiadores que voltassem sua preferência ao cardeal Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI. Por isso, María acreditava que o desfecho se repetiria.
“Quando ouvi ‘Jorge Mario’, fiquei paralisada. Nem escutei o restante — nem o sobrenome, nem o nome papal escolhido. Só chorei, sem parar”, contou emocionada em entrevista ao jornal La Nación.
Ainda naquele dia, recebeu uma ligação do irmão, já eleito Papa. Ele pediu que transmitisse à família que estava bem, mas que não conseguiria telefonar para todos pessoalmente — confiava nela para espalhar a notícia.
Por decisão conjunta, ficou estabelecido que María Elena não viajaria ao Vaticano para a posse. Ela acompanhou a cerimônia pela televisão, visivelmente emocionada.
“Mesmo com a distância e os compromissos com a Igreja, ele sempre foi um irmão presente. Falávamos semanalmente, trocávamos cartas. Até pouco tempo atrás, ele fazia questão de cozinhar quando nos reuníamos em família”, revelou María à revista Hola Argentina, antes do falecimento do Papa.
Causa da morte
Segundo o professor Andrea Arcangeli, diretor do setor de Saúde e Higiene da Cidade do Vaticano, a morte do Papa foi causada por um AVC, dentro do quadro de uma grave condição cardiovascular. O colapso irreversível dos sistemas neurológico e circulatório selou o fim da vida de Francisco.
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