Brasileiro de 44 anos morre ao dar entrada em Hospital na região Oeste de Portugal

A família de Eduardo Pereira Dias, brasileiro de 44 anos, que faleceu no Hospital do Oeste, em Caldas da Rainha, Portugal, na última segunda-feira (27/01), iniciou uma campanha online para arrecadar os recursos necessários para trazer o seu corpo de volta a Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O valor necessário para o translado é de 12 mil euros, o que corresponde a mais de R$ 70 mil.

A vaquinha online foi lançada na quarta-feira (29/01) e até hoje, 30/01, já arrecadou mais de R$ 22 mil. No entanto, a família aguarda a emissão do atestado de óbito de Eduardo, que será fornecido pelas autoridades de saúde portuguesas somente após a realização da autópsia.

O que Aconteceu?

Mylena Fernandes, de 28 anos, que trabalha numa rede de supermercados em Portugal  contou que, o marido de 44 anos, era diabético e fazia uso de insulina duas vezes ao dia. O casal estava junto desde 2019. Mylena relatou à Na Rua News que, na quarta feira ( 22/01), Eduardo começou a sentir fortes dores na coluna e, no dia seguinte, foi levado ao hospital, onde fez exames e foi medicado, mas voltou pra casa sem apresentar melhora.

No domingo (26/01), Eduardo retornou ao mesmo Hospital, com o quadro agravado, apresentando dor, falta de ar e suor excessivo. Já na segunda-feira (27/01), ele recebeu uma injeção para aliviar a dor, administrada por uma enfermeira da unidade de saúde local, que foi ate a sua casa, mas também não resolveu o problema. Foi então que a esposa chamou os bombeiros  para levá-lo ao hospital com urgência.

Ao chegar no Hospital do Oeste, em Caldas da Rainha, a 93 km de Lisboa, o quadro de Eduardo se agravou ainda mais. Mylena contou que “ele chegou em choque, com um rim parado e o corpo não respondendo mais aos aparelhos”. Ao conversar com o médico, Mylena soube que ele não havia sido informado sobre o histórico de diabetes de Eduardo, pois o prontuário não havia sido revisado corretamente antes da aplicação da medicação.

“Eles simplesmente não olharam o prontuário dele, aplicaram a injeção sem saber”, contou Mylena.

Causa da Morte em Investigação

Publicidade

A causa da morte de Eduardo está sendo investigada, e o hospital informou que o atestado de óbito só será emitido após a conclusão da autópsia, sem previsão de data para o exame. O corpo precisou ser transferido do Hospital do Oeste de Caldas da Rainha para o Gabinete Médico-Legal de Torres Vedras, onde a autópsia será realizada.

Mylena também relatou que a família procurou o Consulado-Geral do Brasil em Portugal, mas foi informada de que o consulado não poderia ajudar sem o atestado de óbito.

Família em Uberlândia

Eduardo, filho do ex-jogador de futebol Oripão “Dias”, que atuou no Uberlândia Esporte nos anos 1970, morou no Triângulo Mineiro até os 38 anos. Em agosto de 2022, ele se mudou para Portugal, onde trabalhava como barbeiro e realizava bicos como segurança e cozinheiro em um restaurante. Ele deixa quatro filhos e a esposa Mylena, com quem morava em São Martinho do Porto,(Alcobaça) junto com o filho mais novo, de 4 anos. Os outros filhos (dois mais velhos do primeiro casamento) e outro mais novo  do (segundo casamento) vivem em Uberlândia em Minas Gerais.

Após resolver a situação do traslado do corpo, Mylena afirmou que não vê mais sentido em permanecer em Portugal e planeja retornar ao Brasil. Ela disse:

“Meu coração está apertado, em pedaços, é muita coisa acontecendo. A gente não esperava, pois ele estava muito bem, e agora estamos lutando para conseguir arrecadar este dinheiro para levar o corpo para perto da família.”

A esposa usou as redes sociais para lamentar a morte do marido e pedir ajuda para levar o corpo dele para o Brasil.

Campanha para o Traslado

Para ajudar no custeio do traslado, a família criou uma página de arrecadação online. Quem puder contribuir pode acessar o link: www.eduardo.tecnare.com.br.

Publicidade

Segundo o Decreto 9.199/2017, o traslado de brasileiros falecidos no exterior é responsabilidade da família, que não pode contar com recursos públicos para cobrir os custos.

Por Lian Lucas Jornalista Correspondente em Portugal