A Embrapa dá início a um plano emergencial para apoiar o estado do Rio Grande do Sul, no qual mantém quatro Unidades de pesquisa – Clima Temperado (Pelotas), Pecuária Sul (Bagé), Trigo (Passo Fundo) e Uva e Vinho (Bento Gonçalves). As ações estão sendo desenvolvidas a partir de uma plataforma regional, que tem como objetivo mitigar os efeitos dos eventos climáticos adversos na agropecuária da Região Sul do Brasil. De imediato, iniciativas de pesquisa e transferência de tecnologia têm como foco alimentação, água, saneamento, saúde e informações que possam contribuir para a recuperação das atividades agropecuárias nas áreas afetadas pelas fortes chuvas nos meses de abril e maio, em parceria com os Ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), além da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, no momento, a prioridade é salvar vidas e auxiliar a população gaúcha em suas necessidades básicas. Para isso, a Empresa está com uma campanha interna de arrecadação (foto abaixo) de dinheiro, roupas, utensílios, alimentos, produtos de higiene e limpeza e outros itens necessários, em colaboração com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) e a Associação de Empregados da Embrapa (AEE). “Já chegamos a mais de 70 mil em dinheiro na Unidade da região mais prejudicada, que é Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, mas esperamos chegar a 100 mil em breve”, diz.
Zarc e monitoramento por satélite vão guiar as ações de médio prazo

Em médio prazo, as equipes de cientistas da Embrapa vão utilizar as informações oferecidas pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para auxiliar os produtores rurais na recuperação de suas atividades agropecuárias Esse instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura, desenvolvido pela Empresa e oficialmente usado pelo governo federal, tem como objetivo minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários.
Outro foco de atuação será a formação de uma “Caravana Embrapa” para facilitar a transferência de tecnologias aos produtores gaúchos no escopo da Plataforma de Inovação com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). O modelo de caravana, que reúne cientistas e técnicos, vem sendo implementada com sucesso pela Empresa há alguns anos, especialmente em emergências, como combate a pragas e uso racional de fertilizantes, levando tecnologias e conhecimentos às regiões agrícolas do País.
O conhecimento de várias Unidades de pesquisa – Trigo, Soja, Territorial, Cerrados, Solos, Tabuleiros Costeiros e Agropecuária Oeste – será reunido em plano de ação preventivo com foco em enchentes, energia elétrica e manejo de solos, envolvendo ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e de transferência de tecnologia. Uma das iniciativas nesse sentido será o uso de imagens geradas por satélites para monitorar possíveis intempéries, além de traçar um painel geográfico com identificação das fragilidades nos territórios.
A Embrapa está fortalecendo também estudos em agrometeorologia em parceria com instituições de pesquisa e ensino do Brasil e do exterior.
Plataforma de carbono vai contribuir com métricas e previsão de riscos
A recém-lançada plataforma de carbono, criada para adaptar as métricas de mensuração da emissão de GEE às condições tropicais, terá um papel importante nas ações futuras para prever e evitar riscos climáticos. As ações de monitoramento, adaptação e sustentabilidade vão priorizar as áreas mais afetadas da Região Sul, considerando o impacto nas cadeias produtivas por municípios, além de soluções tecnológicas e ativos com potencial de adaptação regional. Essas iniciativas vão embasar um plano de ação de transferência de tecnologias a serem executadas por governos e instituições locais.
Outras atividades previstas em longo prazo preveem o desenvolvimento de pesquisa em metodologias e modelagens de riscos climáticos e o levantamento geoespacial das bacias dos rios da região para construção de subsídios para proposição de políticas públicas.
Mapa divulga medidas para apoiar agro no Rio Grande do Sul
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou medidas para apoiar a agropecuária no Rio Grande do Sul. Entre elas, destaca-se a suspensão dos pagamentos das dívidas dos produtores rurais gaúchos por 90 dias, com a possibilidade de prorrogação.
Além disso, o governo federal está preparando uma Medida Provisória (MP) para liberar a importação de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O objetivo é evitar especulação financeira e estabilizar o preço do produto nos mercados de todo o País.
O ministro anunciou ainda a união de cooperativas do agro do estado para estruturar medidas precisas de apoio ao setor do agronegócio.
Como ajudar a população do Rio Grande do Sul

É possível fazer doações em dinheiro ou contribuir com roupas, utensílios, alimentos, produtos de higiene e limpeza e outros itens necessários que podem ser levados nos locais abaixo:
Governo do Rio Grande do Sul
Chave PIX: 92.958.800/0001-38 (CNPJ).
Nome: SOS Rio Grande do Sul / Banco: Banrisul
Vakinha liderada pela Embrapa Uva e Vinho, Sinpaf e AEE
https://www.vakinha.com.br/4726381
Bases Aéreas de SP, RJ e DF
As Bases Aéreas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal estão recebendo doações para o Rio Grande do Sul. Os mantimentos e roupas podem ser levados diretamente nas bases e a etiquetação com o tipo de doação também agiliza a distribuição dos itens que serão transportados pela Força Aérea. Mais informações estão disponíveis aqui.
Da Redação Na Rua News