O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, rebateu neste sábado (2), críticas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que o acusou de estar mal informado sobre o Estado e não ir para lá há “10 anos ou mais”.
Padilha disse que esteve em Minas no ano passado e que, na ocasião, não foi recebido pelo governador. E falou que Zema está descontrolado. “O café do governador de Minas Gerais tá esfriando, por isso, ele está tão descontrolado e perdendo a memória”, disse o ministro ao jornal Estado de S. Paulo.
Zema aponta ‘retrocesso’ de Lula e diz que governo ‘tem olhado para o passado’
Também neste sábado, Zema afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “olhado para o passado” e vivido “retrocessos” ao adotar medidas econômicas e discutir mudanças de reformas já aprovadas no país.
As declarações foram dadas no Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS), durante o encerramento do encontro do Consórcio Sul-Sudeste (Cosud), grupo que reúne governadores dos sete estados das duas regiões brasileiras.
Sem citar o nome do presidente nem o Partido dos Trabalhadores, o governador disse que o governo federal caminha no sentido contrário dos estados do Cosud, que inclui, além de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.
Romeu Zema ainda fez referências a discussões feitas em torno das mudanças na Reforma Trabalhista e na autonomia do Banco Central, tema que já foi abordado pelo presidente da República, e disse que eventuais alterações na Lei das Estatais vai acabar trazendo à tona um “novo Petrolão”, face da operação Lava Jato, da Polícia Federal.
“Infelizmente, de 1980 para cá, nós entramos naqueles países letárgicos de crescimento lento. O último dado que tive acesso, o Brasil representava 2,3% da economia do mundo, um retrocesso muito grande”, afirmou. E prosseguiu. “É lamentável que, depois do avanço da Reforma Trabalhista, temos gente que fica discutindo para desfazê-la. É lamentável que, depois da melhoria na governança das estatais, venhamos a perder tempo em desfazer esse grande avanço, que vai evitar que um novo Petrolão surja.”.
De acordo com Zema, entre 1900 e 1980 o Brasil viveu uma realidade de crescimento econômico semelhante à da China nas últimas décadas, mas que retocedeu com a queda do percentual da participação do país na economia mundial de 4% para 2,3%, nos últimos 40 anos. Isso se justificaria, de acordo com ele, em uma gestão voltada a “olhar para o passado”.
Zema é adversário de Lula nos campos local e nacional. O governador de Minas inclusive esteve no ato organizado por Bolsonaro na Avenida Paulista e realizado no último domingo (25). Na eleição municipal deste ano, o PT tem o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) como pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte. Zema lançou a secretária de Planejamento e Gestão do Estado, Luísa Barreto (Novo), na disputa. A base bolsonarista tem o deputado estadual Bruno Engler (PL) como possível concorrente.
Da Redação Na Rua News