A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, nesta sexta-feira (17 de novembro), por violação sexual mediante fraude, o médico, de 58 anos. Ele também realizou um procedimento de retirada de um dispositivo intrauterino (DIU), que pode ter matado uma mulher de 32 anos. O caso ocorreu no último dia 4 de novembro, em uma clínica em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte.
O médico teria sido preso devido às acusações realizadas pela suposta vítima que procurou a polícia neste ano. A mulher também teria apresentado para a polícia áudios em tons de ameaça que o suspeito teria enviado para ela. As mulheres que denunciaram o médico têm idades entre 35 e 51 anos. O suspeito foi preso quando saía da clínica, interditada pela Vigilância Sanitária, e seguia em direção da casa em que morava com a esposa, localizada em Matozinhos.
“O médico foi preso porque entendemos que ele estava prejudicando as investigações. A última vítima nos apresentou um áudio em que o suspeito a ameaçava. Uma testemunha relatou que o médico teria tentado alterar o depoimento dela”, disse o delegado Cláudio de Freitas Neto.
Exames periciais
Ainda conforme a Polícia Civil, são esperados os resultados dos exames periciais para comprovar se o médico deve responder pela morte da mulher, de 32 anos. Entretanto, uma das linhas de investigação da polícia se baseia na avaliação dos exames para verificar se a mulher teria sido sedada durante o procedimento; e se a quantidade de sedativo poderia ter causado a morte dela.
Na clínica do médico foram apreendidos computadores e uma grande quantidade de medicamentos para sedação e de uso exclusivo de hospitais.
“Pedimos exames para saber se ela foi sedada e se a sedação foi administrada de forma correta. Vamos verificar porque existiam tantos medicamentos de uso impróprio para o tipo de atendimento realizado na clínica”, comentou o delegado Cláudio de Freitas Neto.
Pode haver mais vítimas
A Polícia Civil acredita que outras mulheres tenham sido vítimas do suspeito, que atua na cidade há mais de duas décadas. “Ele atua na cidade há mais de 20 anos, por isso, acreditamos que mais vítimas podem existir. Até agora, percebemos um padrão no modo de praticar a violência sexual mediante fraude, com toques e falas com conotação sexual. Também nos foi relatado que, em algumas ocasiões, o médico chegou a mandar fotos de suas partes íntimas para as pacientes. Pelos relatos semelhantes dá a entender que ele possa ser considerado um abusador em série”, disse o delegado Cláudio de Freitas Neto.
Defesa do médico
De acordo com a equipe de defesa do médico, o suspeito teria negado qualquer tipo de acusação.
“Tivemos acesso a somente uma denúncia de violência sexual mediante fraude. A Polícia ainda está instaurando o inquérito. As investigações vão correr sob sigilo por causa da natureza do crime para resguardar os envolvidos. Porém, o doutor negou qualquer prática descrita na denúncia”, disse o advogado de defesa André Martins.
Da Redação Na Rua News