A Justiça de Minas Gerais manteve a prisão de Daniel Lemes Ferreira, suspeito de envolvimento no assassinato da jovem Layze Stephenie da Silva, de 21 anos, que foi sequestrada, torturada e encontrada em chamas, ainda viva, às margens de uma rodovia na região metropolitana de Belo Horizonte (mais detalhes do caso no fim da matéria).
Na decisão, a juíza Juliana Miranda Pagano afirmou ter identificado ‘violência real e direta contra a vítima, a qual estava com o corpo em chamas, correndo às margens da BR-040 e gritando por socorro’. O processo está registrado com os crimes de homicídio qualificado, extorsão mediante sequestro e uso de documento falso. O mandado de prisão preventiva já foi expedido e, com isso, Daniel segue detido até decisão contrária da Justiça.
Suspeito alega ser paraguaio
Daniel disse aos policiais que é natural do Paraguai e se chama, na verdade, Ruan Salinas. Ele teria adotado o nome Daniel Lemes Ferreira ao se mudar para o Brasil, há quase 20 anos. Porém, em seus documentos, ele aparece registrado em Antônio João, cidade do Mato Grosso do Sul que fica na fronteira com o Paraguai.
Por conta dessa dúvida, Daniel vai passar por um exame datiloscópico (análise das impressões digitais) para que a verdadeira identidade do suspeito seja confirmada.
O suspeito já havia se confundido em uma entrevista a imprensa ao dizer que não conhecia a mulher que emprestou a chave Pix em que ele receberia o pagamento do resgate pelo sequestro de Layze .
Entenda o caso
Um homem e uma mulher, suspeitos de participação no crime, foram presos pela PM nesta terça-feira (20). A jovem foi encontrada com o corpo em chamas por um caminhoneiro que passava por um trecho da BR-040 na cidade de Pedro Leopoldo, na Grande BH, na noite dessa segunda-feira (19). O motorista acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a polícia imediatamente.
Layze teve 90% do corpo queimado e morreu ao dar entrada no Hospital João XXIII. Além das queimaduras, a jovem sofreu pelo menos sete facadas em todo o corpo. De acordo com a polícia, ela foi sequestrada e estava sendo mantida em cárcere privado desde o domingo (11) de Carnaval.
A família da Layze conta que, desde o desaparecimento, passou a receber ameaças, para quitar a dívida. Caso contrário, ela seria morta pelo “tribunal do crime”. A família tentou juntar dinheiro para pagar, mas não conseguiu todo o valor.
Prisão
Militares tiveram acesso à chave PIX enviada para o pagamento da dívida. Os policiais encontraram o homem e a mulher em um carro nas imediações do bairro Jardim Leblon, região de Venda Nova, em BH. O veículo foi alugado pela suspeita, que nega participação no crime. Ela afirmou aos policiais apenas ser a dona da chave PIX repassada à família da vítima.
Já o homem preso estava com três identidades falsas. O nome usado por ele não foi encontrado no banco de dados. O suspeito afirmou ser do estado de Mato Grosso do Sul, informação também não confirmada pelas autoridades.
Da Redação Na Rua News