A jornalista e escritora Míriam Leitão foi eleita nesta quarta-feira (30) para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela ocupará a cadeira número 7, cujo patrono é Castro Alves, anteriormente pertencente ao cineasta Cacá Diegues, falecido em fevereiro.
Comentarista política do Grupo Globo, Míriam torna-se a 12ª mulher a ingressar na ABL e a segunda a ocupar a cadeira 7 — a primeira foi Dinah Silveira de Queiroz.
Nascida em 7 de abril de 1953, em Caratinga (MG), Míriam Azevedo de Almeida Leitão é a sexta de 12 filhos de Uriel e Mariana, ambos educadores, sendo o pai também pastor presbiteriano.
Iniciou sua carreira no Espírito Santo e passou por Brasília e São Paulo antes de se estabelecer no Rio de Janeiro, em 1986. Ao longo de seus 53 anos de profissão, atuou em diversas mídias — jornal, rádio, TV e digital — com passagens por veículos como Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil.
Desde 1991, faz parte do Grupo Globo, onde é colunista de O Globo, comentarista no Bom Dia Brasil, na GloboNews e na rádio CBN, além de apresentar o programa Miriam Leitão, na GloboNews.
Além do jornalismo, Míriam é autora de 16 livros, entre obras de não ficção, crônicas, romances e literatura infantil. Em 1972, aos 19 anos e grávida, foi presa e processada com base na Lei de Segurança Nacional por sua oposição à ditadura militar.
Durante a votação, realizada por urna eletrônica, Míriam recebeu 20 votos, superando o economista e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, que obteve 14 votos.
“É a realização máxima, é um sonho. Meu sonho não era chegar aqui, era viver e escrever livros, e os livros me trouxeram até aqui, à Academia Brasileira de Letras. Sinto humildade, responsabilidade e muito orgulho neste momento”, afirmou a nova imortal.
O presidente da ABL, Merval Pereira, destacou a escolha: “Míriam é uma grande jornalista e escritora, com um amplo espectro de interesses que dialoga com os valores da Academia: meio ambiente, democracia, a causa negra e as políticas voltadas às minorias.”
Obras de Míriam Leitão
Livros:
Convém Sonhar – crônicas e colunas (Record, 2011)
Saga Brasileira – A longa luta de um povo por sua moeda (Record, 2012) — Prêmio Jabuti (livro-reportagem e livro do ano de não ficção)
Tempos Extremos – romance (Intrínseca, 2014) — finalista do Prêmio São Paulo
História do Futuro – O horizonte do Brasil no século XXI – livro-reportagem (Intrínseca, 2015)
A Verdade é Teimosa – colunas (Intrínseca, 2017)
Refúgio no Sábado – crônicas (Intrínseca, 2018) — finalista do Prêmio Jabuti
Democracia na Armadilha – Crônicas do Desgoverno (Intrínseca, 2022)
Amazônia na Encruzilhada – livro-reportagem (Intrínseca, 2024) — Prêmio Juca Pato
Literatura infantil:
A Perigosa Vida dos Passarinhos Pequenos (Rocco, 2013) — Prêmio FNLIJ e semifinalista do Prêmio Jabuti
A Menina do Nome Enfeitado (Rocco, 2014)
Flávia e o Bolo de Chocolate (Rocco, 2015)
O Estranho Caso do Sono Perdido (Rocco, 2016) — Selo Altamente Recomendável da FNLIJ
O Mistério do Pau Oco (Rocco, 2018)
As Aventuras do Tempo (Rocco, 2019)
O Menino que Conhecia o Fim da Noite (Rocco, 2022)
Lulli, a Gata Aventureira (Rocco, 2025)
Prêmios no Jornalismo:
Prêmio Jornalismo para a Tolerância – Federação Internacional de Jornalistas (2004)
Prêmio Maria Moors Cabot – Universidade de Columbia (2005)
Prêmio Vladimir Herzog – pelo documentário História Inacabada (2012)
Prêmio Esso – pela reportagem Paraíso Sitiado (com Sebastião Salgado) sobre os Awá Guajá (2013)
Prêmio Liberdade de Imprensa – ANJ (2017)
Prêmio Contribuição ao Jornalismo – ABRAJI (2019)
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