Nesta sexta-feira (13), a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão contra o ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto, em sua residência no Recife, Pernambuco. A prisão ocorreu por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que identificou indícios de tentativa de auxílio à saída do país do tenente-coronel Mauro Cid, réu em ação sobre a tentativa de golpe de 2022.
As investigações apontam que, em maio, Machado teria ido até o consulado de Portugal no Recife para tentar agilizar a emissão de um passaporte destinado a Cid. A PF avaliou que essa ação pode caracterizar obstrução da investigação e favorecimento pessoal.
A PGR sugeriu que a conduta de Machado poderia se estender a outras representações diplomáticas, buscando facilitar a fuga do réu do processo em curso no STF — a Ação Penal 2.688/DF. Ontem, Moraes autorizou não somente a prisão, mas também medidas como buscas domiciliares e quebras de sigilo telefônico e telemático.
Em resposta, o ex-ministro negou de forma veemente as acusações. Segundo ele, seu contato com o consulado em maio foi apenas para agendar a renovação do passaporte de seu pai, e não para intermediar qualquer documento para Mauro Cid.
Gilson Machado se destacou durante o governo Bolsonaro como figura próxima ao ex-presidente e recebeu o apelido de “sanfoneiro” por sua presença em lives públicas. Após deixar o ministério, tentou a prefeitura do Recife em 2024, mas foi derrotado. No atual cenário, permanece influente dentro do PL.
O caso segue em investigação e o STF ainda avalia os desdobramentos. A prisão e a tomada de provas são consideradas fundamentais para esclarecer se houve mesmo tentativa de ajudar um réu a escapar das consequências judiciais.
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