Uma nova pesquisa nacional acende um alerta sobre a influência direta das finanças nas relações amorosas no Brasil. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (9) pela Serasa, 53% dos brasileiros apontam o dinheiro como principal motivo de conflitos conjugais. A situação econômica do país, marcada pela inflação e pelo aperto no orçamento das famílias, tem impactado a estabilidade emocional de milhares de casais.
O estudo, realizado em parceria com o instituto Opinion Box, entrevistou 1.120 pessoas entre os dias 19 e 22 de maio, de diferentes regiões e faixas etárias. Um dado que chama atenção: quase metade dos entrevistados (49%) admitiu já ter escondido um problema financeiro do parceiro ou parceira, gerando desconfiança, estresse e até rupturas.
“Infelizmente, muitos casais acabam caindo na chamada infidelidade financeira. É a vergonha de admitir dificuldades com dinheiro ou o medo de perder o companheiro. Mas alinhar expectativas e ter transparência é essencial para um relacionamento saudável”, afirma a psicóloga do dinheiro Valéria Meirelles, da Serasa.
Descontrole, impulsos e dívidas
Além dos segredos financeiros, outras causas recorrentes de brigas entre casais envolvem decisões impulsivas com dinheiro, gastos excessivos com itens supérfluos e falta de planejamento em conjunto.
A pesquisa também mostra que o dinheiro já virou critério de seleção antes mesmo de um relacionamento começar. Cerca de 24% dos entrevistados disseram que investigaram a situação financeira de alguém antes de se envolver amorosamente. E mais: 9% confessaram ter consultado o CPF da pessoa antes de iniciar qualquer compromisso.
“Conhecer o estilo de vida e os hábitos financeiros do outro é um passo fundamental para entender se há compatibilidade. Dinheiro exige ética, planejamento e maturidade”, reforça Valéria.
Amor pode acabar, dívidas ficam
Outro dado preocupante: 45% dos entrevistados afirmam ter contraído dívidas após o término de um relacionamento. Já 41% dizem que tiveram o nome negativado por causa de dívidas contraídas em conjunto com um ex-parceiro ou parceira.
A psicóloga alerta que atitudes impulsivas, como emprestar cartão de crédito ou fazer empréstimos em nome do outro, podem deixar marcas financeiras duradouras. “É preciso lembrar que romantismo não quita parcelas. Planejamento financeiro é uma expressão madura de amor e respeito”, conclui.