Uma megaoperação das autoridades espanholas desmantelou uma rede internacional de tráfico de pessoas e exploração sexual, com ramificações no Brasil e na Europa, libertando 40 mulheres brasileiras que estavam em situação de cárcere e abuso. A ofensiva aconteceu entre os dias 3 e 5 de junho de 2025, em várias regiões da Espanha.
O que aconteceu?
A Polícia Nacional da Espanha, com o apoio da Ertzaintza (polícia do País Basco), executou uma operação contra o tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual, resgatando mulheres que haviam sido enganadas com falsas promessas de trabalho e trazidas ao território espanhol, onde eram forçadas à prostituição. A operação também resultou em mais de 20 prisões, incluindo os principais líderes da rede criminosa.
Quem são as vítimas e os autores?
As vítimas são mulheres brasileiras, recrutadas principalmente em situações de vulnerabilidade. Elas foram atraídas com promessas de emprego legítimo, mas ao chegarem à Espanha, tinham seus documentos retidos, eram mantidas em apartamentos vigiados, e obrigadas a pagar dívidas abusivas pela viagem, hospedagem e alimentação. A quadrilha explorava economicamente as mulheres e utilizava da sua condição de estrangeiras para mantê-las em silêncio.
Os detidos são, em sua maioria, estrangeiros residentes na Espanha, com ligações no Brasil. A rede operava de forma organizada, com logística de transporte, falsificação de documentos, escolta das vítimas e controle absoluto sobre os locais onde eram exploradas.
Quando a operação foi realizada?
A operação foi deflagrada entre os dias 3 e 5 de junho de 2025, mas vinha sendo investigada há meses pelas autoridades espanholas. No dia 3, 34 mulheres já haviam sido resgatadas e 19 pessoas foram presas. Nos dias seguintes, o número de vítimas libertadas subiu para 40, com novas detenções efetuadas.
Onde ocorreu?
Os mandados foram cumpridos em várias cidades da Espanha, incluindo:
Logroño
Pamplona
Saragoça
Figueres (Girona)
Bilbau e outras cidades do País Basco
Os locais de exploração eram, principalmente, apartamentos privados, alugados para disfarçar as atividades ilegais. Algumas vítimas estavam em condições precárias, com restrição de movimentação e sob vigilância constante.
Por que aconteceu?
O tráfico humano com fins de exploração sexual é uma das atividades mais lucrativas do crime organizado. A quadrilha se aproveitava da vulnerabilidade social e econômica de mulheres no Brasil para aliciá-las. Na Espanha, o grupo operava com estrutura empresarial, cobrando por cada aspecto da estadia das vítimas e lucrando com a exploração sistemática.
Segundo dados oficiais, em 2023, a Espanha registrou 409 operações contra tráfico humano, com 1.466 vítimas libertadas 294 delas ligadas a exploração sexual. A prática é considerada uma das principais formas de escravidão moderna.
E agora?
As mulheres resgatadas estão recebendo atendimento médico, psicológico, jurídico e apoio social, em abrigos especializados e sob proteção do Estado espanhol. As autoridades seguem investigando parceiros internacionais da rede, inclusive no Brasil, onde podem ocorrer novos desdobramentos.
A operação é mais um alerta para o aumento das redes de tráfico humano entre América Latina e Europa, e reforça a necessidade de ações preventivas e cooperação internacional para combater o crime.
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