O litro do óleo diesel terá novo reajuste a partir deste domingo (1º). O combustível ficará R$ 0,02 mais caro devido à recomposição das alíquotas de PIS e Cofins. Esse será o segundo aumento com a retomada dos tributos federais sobre o produto. Até janeiro de 2024, quando a alíquota atingir o valor integral estipulado pelo governo, o imposto por litro será de R$ 0,35.
As alíquotas de PIS/Cofins sobre o diesel estavam zeradas desde 2021, para reduzir o preço do combustível para o consumidor. Em janeiro deste ano, quando tomou posse, o presidente Lula (PT) prorrogou a isenção até 31 de dezembro. No entanto, o chefe do executivo antecipou a cobrança para financiar o programa de descontos para carros novos.
Veja a tabela com os reajustes, em valores acumulados

Setembro: R$ 0,11 por litro
Outubro: R$ 0,13 por litro (aumento de R$ 0,02)
Janeiro de 2024: R$ 0,35 por litro (aumento de R$ 0,22)
Programa encareceu o diesel
O programa para a renovação da frota foi custeado por meio de créditos tributários – descontos concedidos pelo governo aos fabricantes no pagamento de tributos futuros, no total de R$ 1,8 bilhão. Em troca, a indústria automotiva comprometeu-se a repassar a diferença ao consumidor. Para compensar a perda de arrecadação, a saída do governo foi reverter parcialmente a desoneração do diesel, de forma gradual.
Além disso, a ampliação demandou R$ 300 milhões extras: R$ 100 milhões previstos na medida provisória original, que criou o programa, e outros R$ 200 milhões em uma nova medida provisória (de 30 de junho) que muda a reoneração do diesel.
A expectativa do setor, considerando a mistura de biodiesel ao diesel vendido nos postos, é que a retomada da cobrança de PIS/Cofins representa um repasse de R$ 0,10 por litro nas bombas.
Aumento afeta consumidor comum
Apesar de o diesel não ser o combustível usado em carros de passeio, com esse produto mais caro, a conta, de toda forma, recai no consumidor. O consultor e educador financeiro Silvio Azevedo explica que o aumento do diesel impacta diretamente o serviço de transporte, e, consequentemente, o preço dos fretes.
“Tudo que a gente come e compra no Brasil, vem por meio de estrada. E isso (o preço do diesel) aumenta bastante o custo do transporte”, diz. “Você pode até não sentir esse aumento se você não dirigir um caminhão ou um carro que use o diesel, mas lá na frente você vai ver que aquela empresa que utiliza transporte e que usa diesel, vai repassar o preço para os produtos”, afirma.
É como um efeito dominó: o diesel aumenta, o frete aumenta e, por consequência, o produto transportado também acaba aumentando de preço. Ou seja, a consequência final é o aumento da inflação, na avaliação de especialistas.
Da Redação Na Rua News