O pedreiro Dinai Alves Gomes de 41 anos foi condenado a 36 anos e 10 meses de prisão pela morte de três brasileiras em Portugal, em 2016.
Ele foi submetido a júri popular na 3ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Belo Horizonte. A sessão terminou por volta das 5h de sexta-feira (24/11).
Os corpos das irmãs mineiras Lidiana Neves Santana, de 16 anos, e Michele Santana Ferreira, de 28 anos, ambas de Campanário Minas Gerais e da capixaba Thayane Milla Mendes Dias, de 21 anos, de Nova Venécia (ES), foram encontrados em uma fossa séptica em um hotel para cães e gatos em Cascais, em agosto de 2016. Elas estavam desaparecidas desde janeiro daquele ano.
Dinai, diz ser pedreiro de profissão, emigrou para Portugal em 2004 e conseguiu um emprego no canil e gatil Quinta Monte dos Vendavais, em Tires, como encarregado geral.
Apesar de ter deixado a mulher e a filha, na época com sete anos, em Minas Gerais, iniciou um relacionamento com Michele, em 2011. A jovem, de 28 anos, estava no País há três anos quando os seus caminhos se cruzaram.
“Testemunhas afirmaram que se tratava de um relacionamento bastante conturbado, inclusive com ameaça de morte feita pelo acusado a Michele caso ela engravidasse”, descreveu o Ministério Público Federal, pairando sobre Dinai a suspeita de uma gravidez no momento em que cometeu os homicídios.
Anos depois, em novembro de 2015, Lidiana, irmã de Michele, decidiu imigrar também para Portugal. As duas viviam na casa de Dinai, no final de janeiro de 2016, Thayane saiu de Nova Venecia no Espirito Santo para viver em Cascais também na mesma casa.
O que motivou o triplo homicida?
Apenas “dois dias depois” de os quatro começarem a viver juntos, Dinai recebeu um aviso que mudou tudo e, em 24 horas, as três mulheres estavam mortas.
No último dia de janeiro de 2016, “a companheira de Dinai no Brasil avisou-o que chegaria a Portugal no início de fevereiro”.
Na manhã de 1 de fevereiro, esperou que a namorada saísse para o trabalho e cometeu os primeiros dois homicídios: “Matou Thayane e Lidiana, ocultando seus corpos no interior de uma fossa séptica que ele próprio havia montado no canil”.
“Em seguida, após retirar de sua casa os objetos e documentos das vítimas, dirigiu-se ao aeroporto para buscar a mulher e a filha que haviam chegado do Brasil”, provou-se no Tribunal do Júri Federal.
Ao final da tarde, Dinai foi buscar Michele ao trabalho, em Lisboa. Matou-a também “por motivo torpe”, lembra o Ministério Público Federal, sublinhando que a motivação do pedreiro era “impedir que sua companheira no Brasil soubesse desse relacionamento e da possível gravidez de Michele”. Atirou o corpo da namorada para a mesma fossa onde tinha colocado os corpos de Lidiana e Thayane.
A fuga (com sucesso) para o Brasil e a detenção meses depois
No dia 22 de fevereiro de 2016 Dinai avisou uma funcionária do canil que a sogra tinha morrido e precisava de regressar ao Brasil para acompanhar as cerimónias fúnebres. No dia seguinte, levantava voo de Lisboa, pensando estar livre de suspeitas, mas o funcionário que o sucedeu no canil fez, em agosto, a descoberta macabra durante trabalhos de manutenção da fossa e avisou as autoridades.