A morte de três crianças em São João del Rei, no Campo das Vertentes, levantou um alerta entre as famílias da cidade. Investigações vão apontar ou não se as vítimas perderam a vida por infecção por Streptococcus. Pais e responsáveis têm demonstrado preocupação em relação à doença, e especialistas destacam: é importante que moradores do município e região procurem um médico rapidamente em caso de sintomas como dor de garganta, febre e prostração.
O estado de maior alerta deve permanecer até exames apontarem se foi mesmo a bactéria que causou a morte das vítimas e o que motivou a contaminação. (Veja perguntas e respostas abaixo).
Conforme o infectologista Carlos Starling, algumas cepas são mais agressivas e podem provocar casos graves. No entanto, com um diagnóstico rápido é possível começar um tratamento com antibiótico e eliminar o risco de morte. “Determinadas cepas são muito agressivas, mas respondem bem a antibióticos. No entanto, o diagnóstico precisa ser rápido, pois a evolução pode ser rápida também”, explica.
O infectologista Estevão Urbano também ressalta a importância de um diagnóstico precoce. Mesmo que os sintomas possam parecer algo comum e corriqueiro — como dor de garganta — ele aconselha que as pessoas do município e região procurem logo auxílio médico. Segundo ele, a preocupação maior deve ser entre os moradores locais, já que a doença costuma ficar mais localizada. No momento, é pouco provável que se espalhe e chegue a municípios mais distantes.
De acordo com Urbano, as ocorrências em São João del Rei acendem um alerta, mas é essencial haver estudos mais aprofundados para entender de fato o quadro geral na cidade. “Nós não sabemos de onde veio, se tem alguma fonte que possa estar distribuindo a bactéria. Geralmente uma pessoa passa para a outra, e algumas desenvolvem a doença. É preciso achar o elo que justifique os casos, um forte estudo epidemiológico”, afirma.
Conforme o especialista, a bactéria pode ser tão agressiva que qualquer pessoa, de qualquer idade, saudável ou não, pode desenvolver algo grave e perder a vida. No entanto, há aqueles que são ainda mais vulneráveis. “Imunossuprimidos, crianças muito novas e idosos podem ser mais suscetíveis”, diz ele.
Como ocorre a transmissão da bactéria?
A transmissão é feita de uma pessoa para a outra, por meio contato próximo ou através de tosses ou espirros. “A transmissão é feita por gotículas de saliva, quando a pessoa infectada fala, tosse, espirra. Às vezes, alguém tosse na mesa, uma criança encosta e depois leva a mãozinha à boca”, explica a a infectologista Janaína Teixeira, que atua na cidade de São João del-Rei.
Conforme a infectologista Janaína Teixeira, a bactéria pode causar a chamada “síndrome do choque tóxico”, que é uma infecção invasiva grave. “É incomum, uma prevalência de 1 a 5 casos para cada 100 mil habitantes, mas que, infelizmente, tem uma mortalidade alta”, explica a médica.
A síndrome de choque tóxico é um grupo de sintomas graves e rapidamente progressivos. Entre os sintomas estão febres, erupção cutânea, pressão arterial perigosamente baixa e insuficiência de vários órgãos.
Entre os sintomas provocados pela Streptococcus estão febre alta, acima dos 38 °C, dores musculares intensas, falta de apetite e vômito. Conforme a infectologista Janaína Teixeira, os doentes também podem ter quadros de diarreia, desidratação, alterações no comportamento e sonolência excessiva.
Como é o tratamento?
um aumento no número dessas infecções.
“São infecções que podem causar desde infecções de pele, a erisipela, celulite, escarlatina, impetigo, e causa muito comumente infecção de garganta, principalmente em crianças menores de 10 anos. E, em algumas situações, ela pode causar infecções com gravidade maior, pneumonias, artrites, meningite, que não são tão comuns”, detalha.
Como prevenir?
Ainda de acordo com Janaína, outra forma importante de prevenção é sempre manter os ambientes bem ventilados e, principalmente, é manter as as vacinas em dia. “As infecções virais podem ser a porta de entrada, o primeiro passo para que, depois, uma infecção bacteriana aproveite da queda da imunidade causada pela infecção viral”, finaliza a infectologista, que também destacou não existir uma vacina.
Da Redação Na Rua News