Quem for ao sacolão provavelmente vai se assustar com o preço da banana-prata, a mais consumida pelos brasileiros. A fruta está bem mais cara em todo o país em 2024. Em Belo Horizonte, há locais vendendo a dúzia por até R$ 12,99, segundo levantamento feito neste ano pelo site de pesquisas Mercado Mineiro. No acumulado de janeiro e fevereiro, o preço da banana-prata subiu 17,45%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). E alguns motivos ajudam a explicar esse aumento do preço.
O primeiro deles é o momento de entressafra da banana, que é um período de pausa na produção após a colheita final até o início da próxima safra. Geralmente, esse tempo é usado para a preparação do solo e manutenção dos equipamentos. Como há menos oferta de frutas no mercado e a demanda continua a mesma, o preço sobe.
Outra questão que interferiu bastante na produção de bananas foi o clima no segundo semestre do ano passado, com muito calor e períodos longos sem chuva.
“A baixa oferta da banana está relacionada diretamente com as variações climáticas. As regiões produtoras sofreram com ondas de calor intenso entre agosto e novembro, além do atraso da chuva. Isso causou uma demora na aparição de cachos, perdas e abortamentos. Consequentemente, houve uma queda na quantidade e na qualidade do produto”, explica Mariana Marotta, analista técnica da gerência de agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).
São Paulo é o Estado que mais produz bananas no país, com destaque para a região do Vale do Ribeira. A Bahia também é uma grande produtora, principalmente no município de Bom Jesus da Lapa. Minas Gerais também é um dos maiores produtores nacionais de bananas e as regiões que mais produzem são o Norte de Minas, onde fica o projeto Jaíba; o Vale do Jequitinhonha; e as cidades de Nova União, na região metropolitana de Belo Horizonte, e de Delfinópolis, no Sul do Estado.
“Segundo a Abanorte, a Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas, houve uma redução na produção de aproximadamente 5%, se a gente comparar o ano de 2022 com 2023. E isso é uma quantidade grande, já que lá é uma das principais regiões produtoras do nosso país”, diz a analista da Faemg.
Além disso, a produção de bananas também foi afetada na última safra por doenças, como a fusariose e as sigatokas amarela e negra, que não causam mal para a saúde humana, mas provocam fortes danos econômicos para os produtores porque os fungos destroem parte dos bananais e reduzem bastante a produção.
E com um cenário tão desafiador, quando o preço da banana vai cair nos sacolões, feiras e supermercados?
“No curto prazo, lá para meados de maio a gente sai da entressafra da banana-prata, por exemplo. Aí a gente pode ter uma maior oferta desse produto no mercado e pode ser que tenha uma diminuição do preço. Só que nós estamos falando de eventos climáticos e a gente tem passado por esses problemas nos últimos anos. É isso que tem determinado a oferta do nosso produto agrícola no mercado. Então se a gente não tiver nada tão intenso, como muita chuva ou pouca chuva, uma geada ou um frio intenso, a gente tem a expectativa de ter mais produto no mercado e preços menores”, conclui Mariana Marotta.
Da Redação Na Rua News