A subida da carga fiscal em Portugal fez com que o dia da libertação de impostos fosse, este ano, a 13 de junho, mais tarde do que em 2023. Em teoria, aquele é o dia até ao qual apenas trabalhamos para pagar encargos fiscais, e a partir do qual todo o rendimento é lucro. Os franceses são os que têm o dia de libertação de impostos mais tardio, o que significa que têm a carga fiscal mais alta, mas nem por isso têm os melhores serviços públicos.
O dia da libertação de impostos foi, em Portugal, a 13 de junho, como divulgou o Instituto Económico Molinari, de França, com cálculos da consultora EY. O exercício foi feito para o salário médio de um trabalhador solteiro e sem filhos. Calcularam-se impostos como o IRS, IVA e contribuições para sistemas de proteção social, das empresas e dos trabalhadores.
No último ano, Portugal voltou a estar pior do que a média da União Europeia e foi um dos 13 países que registaram um aumento do dia da libertação (mais um dia). O maior agravamento deu-se na Finlândia (mais nove dias), embora a França continue a liderar.
Houve oito países que se libertaram dos impostos no mesmo dia do ano passado e seis que recuaram no calendário.
Este dia resulta de um conceito teórico criado nos anos 40 pelo empresário Dallas Hostetler, da Florida, nos Estados Unidos. Segundo o Instituto Molinari, este ranking fornece “números sobre a pressão social e fiscal suportada pelo trabalhador médio, permitindo entender o impacto real dos impostos e contribuições sociais”.
Nicolas Marques, diretor-geral daquele instituto, diz que “é uma ilusão” pensar que as empresas podem inverter a tendência de agravamento do dia da libertação de impostos apenas com a subida dos salários. Exemplifica com o caso de um empregador francês que, em média, “tem de pagar 218 euros para que um trabalhador tenha 100 euros de poder de compra líquidos de impostos”.
No caso português, segundo o mesmo instituto, os patrões pagam em média 181 euros por cada 100 euros que os trabalhadores ganham.
Nicolas Marques defende, por isso, que se generalizem produtos de capitalização das pensões, como planos de poupança reforma, certificados de reforma ou fundos de pensões, permitindo “manter o poder de compra dos reformados sem sacrificar o dos trabalhadores”.
Da Redação Na Rua News