OpenAI cogita adquirir navegador Chrome para reduzir domínio do Google nas buscas, segundo depoimento no julgamento do DOJ.
A OpenAI, criadora do ChatGPT, declarou que tem interesse em comprar o Chrome, navegador do Google, como parte do processo antitruste movido pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ). Na audiência desta terça-feira (21), o DOJ argumentou que a venda do Chrome ajudaria a acabar com o monopólio do Google nas pesquisas online, e chamou Nick Turley, diretor de produto do ChatGPT, para depor.
Em agosto de 2024, o juiz Amit Mehta determinou que o Google violou leis de concorrência desleal. Agora, o tribunal analisa possíveis medidas, que podem chegar ao desmembramento de ativos da empresa. O Google já anunciou que vai recorrer de qualquer decisão que o force a abrir mão do Chrome.
Segundo a agência Reuters, os advogados do DOJ abriram a fase atual destacando a disputa pelo mercado de inteligência artificial, na qual o domínio do Google em buscas poderia favorecer seus produtos de IA. Turley revelou que a OpenAI ofereceu parceria ao Google para integrar sua API de buscas no ChatGPT, proposta rejeitada pela Big Tech. Hoje, o ChatGPT usa o Bing, da Microsoft, para atualizar respostas e checar fatos.
Turley afirmou que o ChatGPT ainda está longe de responder 80% das perguntas usando um motor de busca próprio. “Ter múltiplos parceiros, incluindo a API do Google, nos permitiria entregar um produto melhor”, disse ele, citando e-mails mostrados no tribunal.
O Google, por sua vez, destaca a concorrência de IA da Meta e da Microsoft e sustenta que o caso de 2020 se limita aos mecanismos de busca, não abrangendo seus lançamentos em inteligência artificial.
Outro ponto do julgamento são os contratos de exclusividade do Google com fabricantes de celulares Android, que incluíam a pré-instalação do Chrome e da IA Gemini. Após a decisão de Mehta em agosto, esses acordos foram afrouxados, permitindo que rivais ofereçam seus buscadores e navegadores nos aparelhos.
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