Um dos jovens suspeitos de violar uma rapariga judia de 12 anos em Courbevoie, França, será português e menor de idade, avança o jornal francês Le Fígaro.
O Ministério Público de Nanterre, nos arredores de Paris, abriu uma investigação ao caso de violação, tendo em conta o depoimento da jovem que denunciou outros três menores de 12 e 13 anos de a terem ameaçado de morte e de terem proferido insultos antissemitas.
Segundo o diário francês, o rapaz de 12 anos, de origem portuguesa, que terá sido o responsável pelo ataque, mantinha uma relação amorosa com a vítima. É descrito como um jovem cristão, que ter-se-à convertido recentemente ao Islão, o que terá feito a jovem judia esconder a religião e dizer-se muçulmana. No entanto, a investigação ainda não apurou se o jovem sabia.
“A nossa filha experimentou o antissemitismo na sua carne”, afirmaram os pais da jovem, adiantando que, para além da violação, desde 7 de outubro que a rapariga tem sido alvo de assédio na escola.
No dia 15 de junho, o jovem levou a namorada para uma zona abandonada, onde a violou, chamando-lhe “judia porca” e acusando-a de defender Israel, de acordo com o Le Fígaro.
De acordo com o site da rádio Europe1, o jovem português é ainda acusado de ameaças de morte, insultos e violência antissemita.
Os outros dois adolescentes, ambos de 13 anos, também foram formalmente acusados de violação, ameaças de morte, insultos e violência antissemita.
A CNN Portugal contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros para confirmar se o suspeito é português e se o caso está a ser acompanhado, mas até ao momento não foi possível obter uma reação.
O caso entrou na campanha eleitoral em França, com o presidente da República francês, Emmanuel Macron, a condenar o “flagelo do antissemitismo”, referindo-se à violação da menina judia, e a exigir “um período de debates” nas escolas sobre o racismo e o antissemitismo.
Ao instar a que tais questões sejam discutidas nas escolas, Macron pretende fazer com que “os discursos de ódio com consequências graves não se infiltrem” nos estabelecimentos de ensino, acrescentou o gabinete presidencial.
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, associou diretamente o crime àquilo a que chamou “a estigmatização dos judeus” pela “extrema-esquerda”, numa declaração na sua conta da rede social X (antigo Twitter).
Segundo Le Pen, “a explosão de atos antissemitas, com um aumento de 300% em relação aos três primeiros meses de 2023, deve alertar todos os franceses: a estigmatização dos judeus desde há meses pela extrema-esquerda através da instrumentalização do conflito israelo-palestiniano é uma verdadeira ameaça à paz civil”.
Da Redação Na Rua News