Há cerca de um mês, Henrique Albertasse, 26, fazia dupla jornada. Acordava às 4h30 da manhã e pegava o ônibus que o levava à fábrica de automóveis Honda, onde trabalhava. Lá fazia o turno das 6h às 15h. Mal chegava em sua casa, na cidade de Hortolândia (SP), e já partia para o segundo emprego como “nail designer”, onde saía, muitas vezes, após as 22h. O que pareceu uma forma de complementar a renda foi o estopim para uma reviravolta na carreira.
Em seis meses trabalhando com “nail art”, o ex-soldador, anônimo no chão de fábrica, acumula cerca de 60 mil seguidores em seu perfil do Instagram, possui a agenda lotada de clientes interessadas em seus alongamentos de unha e tem sido procurado para ser embaixador de marcas de beleza.
Ser homem em uma profissão dominada pelo público feminino, de início, foi um grande receio. Albertasse sempre atuou no ramo automotivo. Já lavou carro, trabalhou com funilaria e estava com uma carreira garantida na multinacional. Tudo mudou em janeiro, quando fez um curso de alongamento de unhas com sua irmã, Thaís, 23, que já atua no ramo há 5 anos. “Eu saí do curso e pensei: é isso”, diz Albertasse, que sempre admirou a independência da irmã e era incentivado por ela. Ele nunca tinha trabalhado com unhas.
Mergulhado de cabeça na nova empreitada, ele tenta se aprimorar e conta com a irmã para estudar as novas tendências. Henrique já vislumbra, inclusive, o futuro da marca para o casal de irmãos, revelando que o próximo passo é fortalecer o nome “irmãos nails”.
Da Redação Na Rua News