A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, nesta terça-feira (24), a comercialização de duas marcas de azeite de oliva no Brasil: Serrano e Cordilheira. A decisão ocorreu após a constatação de que os produtos foram importados e distribuídos por empresas sem registro de CNPJ no país, o que impede a garantia de qualidade e segurança.
A Anvisa ressaltou que, devido à origem desconhecida, não há como atestar a confiabilidade dos azeites, embora não tenha sido identificada adulteração nos produtos até o momento.
Riscos à saúde e importância da escolha correta
A ausência de registros das marcas Serrano e Cordilheira é preocupante, principalmente pela falta de controle sobre a qualidade dos produtos. Segundo Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura e Pecuária, fraudes em azeites de oliva podem gerar graves prejuízos à saúde.
Caruso lembra que, na década de 1980, mais de mil pessoas morreram na Espanha devido ao consumo de azeite adulterado, no episódio que ficou conhecido como “a síndrome do azeite tóxico”.
No Brasil, é comum que corantes e aromatizantes não autorizados sejam adicionados a óleos, o que pode representar um risco para o consumidor, especialmente para aqueles que utilizam o azeite como parte de uma dieta para tratamentos cardiovasculares. Produtos falsificados ou de qualidade duvidosa podem comprometer ainda mais a saúde desses pacientes.
Como evitar golpes ao comprar azeite
Escolher um azeite de qualidade exige atenção a alguns detalhes, conforme orienta a especialista Ana Beloto, azeitóloga e considerada uma das mulheres mais influentes do agro pela revista Forbes. A primeira dica é optar por azeites envasados recentemente, pois quanto mais fresco o produto, melhor a qualidade.
O termo “azeite” significa, em sua origem árabe, “suco de azeitona”, reforçando a importância do frescor.
Outro cuidado fundamental é observar a embalagem. O azeite é sensível à luz, ao oxigênio e ao calor, que podem acelerar seu processo de deterioração. Por isso, as embalagens são, geralmente, de vidro escuro ou em lata, para proteger o conteúdo desses fatores externos.
Atenção também às informações no rótulo: verifique se o produto é extravirgem, que é a categoria de azeite com maior qualidade, ou se apresenta algum indício de mistura com óleos refinados.
Fiscalização rigorosa para combater fraudes
A fiscalização do azeite no Brasil é realizada pelo Ministério da Agricultura, que monitora rigorosamente o mercado para evitar fraudes e garantir a qualidade do produto oferecido ao consumidor.
O processo começa com a apreensão de amostras nos supermercados, que são enviadas para laboratórios a fim de determinar se o conteúdo é, de fato, azeite de oliva puro ou se foi misturado com outros óleos.
Uma vez confirmada a autenticidade do produto, ele passa por testes de qualidade, que verificam a classificação como extravirgem, virgem, tipo único ou lampante.
Esta última categoria refere-se a azeites que não são próprios para o consumo humano e podem ter sido feitos com azeitonas de baixa qualidade ou mal armazenadas. Especialistas em análise sensorial, com técnicas apuradas de olfato e paladar, são responsáveis por identificar possíveis irregularidades nesses testes.
Tipos de azeite e suas classificações
A qualidade do azeite pode variar, e conhecer as diferentes categorias ajuda a fazer uma escolha informada. O azeite extravirgem, por exemplo, é o mais nobre, extraído de azeitonas em ótimo estado e com baixa acidez (menos de 0,8%). Já o azeite virgem possui uma acidez um pouco maior (até 2%) e pode apresentar leves defeitos sensoriais.
O azeite lampante, por sua vez, tem acidez superior a 2% e não deve ser consumido, sendo utilizado apenas para fins industriais. O azeite tipo único, geralmente misturado com azeites refinados, tem um perfil mais neutro, sendo adequado para frituras.
Da Redação Na Rua News