A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou nesta quinta-feira (23) uma ação na Justiça para cobrar R$ 15 milhões dos três homens condenados pela tentativa de explosão de um caminhão-tanque nos arredores do aeroporto de Brasília em 24 de dezembro de 2022. Esse foi um dos episódios protagonizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a eleição de 2022 que visavam criar condições para uma intervenção militar e impedir que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exercesse o seu terceiro mandato na Presidência.
Em maio, o empresário George Washington de Oliveira Sousa foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão e Alan Diego dos Santos Rodrigues a cinco anos e quatro meses. As condutas envolvem os crimes de explosão, causar incêndio e posse de arma de fogo sem autorização. Em agosto, Wellington Macedo de Souza foi condenado a seis anos de prisão por expor a integridade física da população mediante uso de explosivo.
O blogueiro Wellington Macedo, de 47 anos, ficou a ficar nove meses foragido. Ele foi preso em 14 de setembro no Paraguai. A prisão ocorreu após operação conjunta da Polícia Nacional paraguaia com a Polícia Federal. Trazido ao Brasil, Wellington foi levado a um presídio para cumpria a pena. Ele foi assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que era chefiado pela atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Recebia R$ 10.373,30 mensais.
Bomba chegou a ser acionada, mas dispositivo falhou
Na véspera do Natal, a bomba foi colocada em um caminhão-tanque carregado com querosene de aviação que estava estacionado aguardando o momento de se aproximar da do aeroporto para ser desabastecido. No entanto, o motorista percebeu a presença do artefato e acionou a Polícia Militar, que desmontou o artefato antes de explodir. Perícia da Polícia Civil apontou que os terroristas chegaram a acionar a bomba, mas o mecanismo falhou.
Na ação apresentada na Justiça Federal do Distrito Federal, a AGU usa provas tanto das ações criminais quanto do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, concluída em outubro no Congresso. A AGU argumenta que os três não só colocaram em risco a vida de terceiros, como também atuaram contra a democracia, pois visavam criar uma comoção social que levasse a uma intervenção militar, impedindo a posse de Silva.
Da Redação Na Rua News